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A noiva do demônio.

                         Na pacata cidade de Valença, interior do Estado do Rio de Janeiro, viveu uma jovem chamada Isabella, uma mulher muito bonita, morena, um metro e sessenta e cinco de altura, seios fartos, sem serem exagerados, pernas lindamente torneadas e um bumbum escultural. Todos na cidade aspiravam fantasias sexuais com a moça, mas apenas um rapaz foi sortudo o suficiente para quebrar suas defesas: André.
                         A moça era um tanto quanto inocente, pois fora criada sozinha por sua mãe, e a velha senhora a mantinha sob as antigas tradições: namoro à moda antiga, daqueles que se senta na sala para conversar cada um numa ponta do sofá com a mãe no meio, sem segurar na mão, beijar nem pensar e transar, algo comum nos namoros de hoje, uma verdadeira blasfêmia. Sair sozinhos nunca, Dona Sueli sempre ia junto a todos os eventos. Difícil crer em tal atitude nos dias atuais, mas era assim que a velha senhora mantinha sua conduta.
                              Sendo assim o jovem André, que na verdade era um dos rapazes mais sujos e safados da cidade manteve uma estratégia: ele iria conquistar a confiança da mãe de Isabela para conseguir seu maior intuito: tirar a virgindade da menina e espalhar para seus amigos que tinha sido o “cara”. Como Isabela era uma jovem que a mãe trazia na “rédea curta” a jovem nem imaginava qual a índole do cidadão.
                         Pois bem, o tempo foi passando, o namoro foi ficando mais sério e André se viu na obrigação de pedir Isabela em casamento. Ficaram noivos e Dona Sueli passou a permitir que os dois saíssem juntos sozinhos. Tudo que o rapaz queria. Como já estava “seco” para conseguir seu intento, André armou tudo para o primeiro passeio. Iriam ao cinema e depois ele a levaria para sua casa, onde seus amigos já estariam escondidos para assistir André tirando a virgindade de Isabela e, se possível, fazendo muitas coisas mais.
                                     O cinema foi tranquilo e a jovem estava extremamente entusiasmada com seu noivo. Ela não desconfiava de nada. Do cinema ele a levou para seu covil onde tudo já estava devidamente armado.
                         Uma vez na sala de casa, André passou a beijar Isabela sofregamente e a menina foi se deixando levar até o ponto em que ele resolveu ousar e colocou sua mão por baixo do vestido da menina procurando o ponto chave da questão. A menina o rechaçou. Ele tentou novamente. E ela o rechaçou de novo dizendo que ia embora. E foi aí que o mundo de Isabela caiu. Chamando-a de nomes como meretriz e piranha, coisa que a menina não era, ele a esbofeteou, arrastou-a para o quarto e rasgando suas roupas se preparou para penetrá-la. Seus amigos escondidos no armário do quarto deliravam. Quanto mais a menina resistia, mais André e seus camaradas deliravam.
                         Num determinado momento, o vagabundo fez um sinal para os comparsas. Todos iriam participar. A menina, aterrorizada, entrou em estado de choque enquanto todos os cinco se banquetearam entre suas pernas. Não obstante, Hugo, o mais canalha de todos, resolveu atacá-la por trás, uma humilhação sem precedentes. Todos fizeram a festa com a jovem e ao final de tudo, André a colocou do lado de fora de sua casa mandando-a sumir de sua frente, pois ele não casaria com uma mulher tão devassa.
                              Humilhada e sem saber o que fazer Isabela tomou o caminho de casa. A jovem, que perdera a noção de tempo, só se deu conta da hora quando ouviu o badalar do sino da igreja: meia noite. Como sua mãe costumava dizer, a hora da besta. E, ao lembrar das palavras de sua mãe, Isabela foi acometida pela pior das ideias que uma pessoa pode ter, ela pensou em se vingar. A vingança também é um dos alimentos da Besta. Como que clamado pelos pensamentos da jovem um homem se materializou a sua frente. Um homem bonito, num terno negro, mas que se ela olhasse para sua sombra teria percebido pelo chifre, rabo e cascos de quem se tratava.
                              - Me chamou bela jovem?
                              - E, eu, não.
                         - Claro que me chamou. Eu sou Vaakar e esta é a minha hora e você clamou por vingança. Eu posso ajudar você a se vingar.
                              - Pode? Pode mesmo?
                            - Claro. Aqueles que te humilharam irão pagar. E você só precisará fazer um pequeno pacto comigo.
                              - Eu faço qualquer coisa para me vingar.
                         - Então venha comigo e ainda hoje você se saciará do sangue daqueles cinco.
                         Envolvida pelo homem Isabela se surpreende ao se ver de repente diante de um altar. Como que já ciente do que fazer ela tira toda sua roupa e deita-se ali em cima. O demônio Vaakar já em sua forma de demônio, pés de cabra, torso de homem, cabeça de bode preto, chifres e um membro descomunal, algo sem semelhança com bicho nenhum desta terra, deita por cima da jovem e a possui, mas desta vez Isabela sente uma mudança e se regozija com o prazer lhe fornecido pela besta-fera. O ato não demora muito e quando termina, Vaakar lhe sussurra algumas palavras ao ouvido.
                         Como que acordando de um sonho, Isabela se vê de volta a rua de seu noivo, André, com uma mudança significativa em sua personalidade. Suas vestes também mudaram: um vestido negro justo em seu corpo contornando e definindo suas curvas e um sapato de salto alto, também todo negro.
                         Isabela caminha até a casa de André e bate na porta. Hugo, o rapaz que deflorou-a por trás a atende.
                         - André, tua noiva está aqui.
                         - Eu não falei que – ele se espanta. Cacete. Tu ta muito mais gostosa.
                    - Eu vim aqui porque somente vocês tiveram prazer, gatinhos, e agora quem quer o prazer da carne sou eu.
                    Sem pestanejar, muito menos pensar na mudança de Isabela, os cinco salafrários entram no jogo da nova mulher. O ato libidinoso começa e ela suscita os cinco dando inicio a uma orgia jamais imaginada. Todos os cinco rapazes se refestelam com a nova mulher Isabela até acontecer algo que eles jamais imaginariam e que mudaria suas vidas para sempre. Um trovão ecoa e a luz se apaga.
                    - Era só o que faltava, mas tudo bem não é Isabela? No escuro é mais gostoso.
                         - Muito mais gostoso, meu amor. – a voz não é mais de Isabela, mas uma voz gutural, uma voz demoníaca.
                    Um relâmpago clareia a sala e os rapazes tem a pior visão de suas vidas. Um demônio está ali entre eles, na verdade Isabela em sua forma demoníaca agora, a versão feminina de Vaakar.
                             - Agora meus amores, eu vou me saciar com vocês.
                    Os rapazes tentam correr, mas é uma tentativa vã. Assim como antes eles fizeram de tudo com Isabela, ela agora, como um demônio se aproveita com deleite de cada um deles. Um de cada vez eles vão sendo invadidos e porque não usar este termo, estuprados, em seus corpos, alma e essência pelo demônio que Isabela se tornou. Num primeiro momento ela profana seus corpos e lhes confere, a todos, com a genitália que o demônio lhe incutiu, duas agora, como um ser hermafrodita, o mesmo tratamento que Hugo lhe dera quando ela era uma jovem pura.
                      Ao final da devassidão, Isabela arranca-lhes os membros com os dentes e os abandona para morrer na mesma casa que horas atrás ela também se sentiu morta.
                              Ao sair pela porta, já de volta a sua forma de mulher, ela ainda ouve a voz de André, em seus últimos suspiros.
                                 - O que você se tornou, Isabela?
                              - Ah, ah, ah, agora eu sou Vaarika, André, a noiva do demônio.


O Fantasma da mansão.
Portal do Inferno - Missão Mônaco.


 
Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 10/11/2011
Alterado em 16/11/2011
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