Traída pelo amor: Prólogo do fim.
- Está me largando para ficar com a Sandra? - Priscila eu já te larguei. O que eu estou dizendo é que não vamos ter mais nada. - Mas você me ama. - Não! Não amo não. - Se não amasse não teria se jogado na frente do tiro. - E isso quer dizer algo? Eu fiz o que qualquer pessoa faria. - Qualquer pessoa que ama. - Lá vem você de novo. Priscila me esquece. Esta história tem que ter um fim. Graças a Deus eu consegui salvar tua vida. O Jonas já era. Ninguém mais vai te usar. Viva sua vida, loura. - Sua Loura. - Não Priscila. Não mais. Eu gosto da Sandra e vou ficar com ela. - Você a ama? - Amo. - Mentiroso. Não faz isso. Não tenta me fazer ver algo que não é verdade Max. Não minta para mim. Nós vivemos algo muito intenso para você querer me fazer acreditar que não me ama mais e a ama. - Priscila não dá. Segue tua vida que eu vou seguir a minha. - Tá falando isso da boca para fora ou é de coração? - Não importa. Apenas faça. Já fiz o que pude por você, agora chega. - Eu ainda vou lutar por você. - Luta inglória. Faça como quiser. Vá embora eu preciso descansar. - Sabe aquela gatinha num cestinho que você me deu? A Duda? - O que tem? - Está pendurada dentro do meu armário. Toda vez que abro a porta, olho para ela e lembro de sua declaração de amor eterno. - E daí Priscila? - Ela, você e eu sabemos que nosso amor é eterno. Podem aparecer milhares de pessoas em nossas vidas que nada vai mudar com relação a nossos sentimentos. A gatinha nada mais é que a prova material da esperança. Você é e sempre será o amor da minha vida, e um dia me perdoará por tudo. Neste dia eu esquecerei tudo e voltarei para você, meu amor. Enquanto a gatinha existir, nosso amor existirá. Fique com Deus. Tchau. Priscila dá um beijo em Max, que estremece e se arrepia todo, e sai da sala, deixando escorrer uma lágrima furtiva de seus olhos. Três dias depois, Max recebe alta e Sandra o aguarda. - Oi Sandra. - Oi Max. Vou levá-lo para casa. Sei que você não tem condições de dirigir. - Obrigado pela força. - Eu sou zero oitocentos. Você sabe. Faço por qualquer pessoa que gosto. Por você que amo, é mais fácil ainda. - Sandra, eu preciso te dizer uma coisa. - Você não vai trabalhar em São Paulo. - Isso é uma delas. Como sabe? - Eu calculei Max. Você não apresentou a menor disposição em aceitar o trabalho. Creio que prefere trabalhar nesta firma que você está estabelecido aqui no Rio. - Isso é outro ponto. Eu não trabalho em uma firma. Eu trabalho para o governo. Para um segmento conhecido como Portal do Inferno. - Como é? - É. O Portal do Inferno é constituído de agentes secretos. - Você é agente? Por isso levou o tiro? - Calma. Eu sou um colaborador. Eu levei o tiro porque precisei agir em campo. Eu espero que o fato de nunca ter te contado o que eu faço realmente te afaste de mim. Mas eu não podia contar. Desculpe. - Max, eu te amo. Acredito em seus motivos. A única coisa que me preocupa é a Priscila. - Não se preocupe. Priscila é coisa do passado. Pode acreditar. - Jura? Eu não quero viver ao seu lado com o fantasma daquela loura belzebu por perto. - Pode ficar tranqüila. Eu não quero mais nada com a Priscila, pode acreditar em mim. Eu decidi minha vida e espero que possamos ser felizes. - Eu também Max. Eu também. Embora afirme que Priscila é coisa do passado, em sua cabeça uma frase da loura martela como em uma bigorna: “Se não amasse não teria se jogado na frente do tiro”. O que vai ser realmente do futuro do jovem casal a partir daí é algo que Max prefere entregar às mãos do destino. Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 11/09/2007
Alterado em 11/09/2007 |