Azíria. O mundo paralelo à Terra que guarda os segredos místicos da existência. Em meio a suas histórias e lendas, vampiros, lobisomens e magos coexistem há milênios ora em relativa paz, ora em guerra brutal.
No meio de toda esta existência a lenda da rainha feiticeira não só está prestes a acontecer bem como todas as outras histórias ligadas a ela e uma destas, a aparição do ser reconhecido como Seyan, aquele que não precisa renegar sua origem para deter em si o poder místico de Azíria, surge na figura do vampiro renegado Alaran.
Em seu primeiro combate contra Aviran, o mestre de todos os vampiros, Alaran não só conseguiu sobreviver como infligiu ao seu antigo mestre uma derrota aviltante. E ele sabia que isto não iria ficar barato. Por conta disto, o Seyan, sabendo que os magos não tomariam partido em sua batalha vampírica e tendo certeza que os lobisomens, embora nutrindo um ódio sem precedentes contra os vampiros, nunca aceitariam lutar a seu lado, resolveu reviver não uma lenda mas uma história antiga de seu mundo. Graças à ajuda de seu irmão, o Akarys Jayn, Alaran encontrou o antigo livro do Necromante Rashag e invocou para lutar a seu lado a Legião de Targal, os Dez, as crias do inferno que um dia caminharam não só pelo reino de Azíria como pela própria Terra.
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Chegando aos limites de Grainol, o reino obscuro dos vampiros, Alaran, seguido pelos Dez, se vê frente a frente novamente com Aviran, o mestre vampiro, e seu exército, pronto para a batalha. Ao ver os Dez, Aviran sente pela segunda vez em sua vida o frio do medo lhe tomar a existência, mas mesmo assim ele se mantém firme. Não é à toa que ele se tornou o vampiro mais poderoso de Grainol. Sem uma palavra ele levanta a mão e comanda o início do ataque de suas hordas. Alaran e os Dez aguardam enquanto o exército de Aviran acelera sua cavalgada nos Áuspios encurtando a distância e se aproximando do range de combate. Os vampiros lutam por sua existência, por seu mestre e pela promessa de tomada do Paralelo Terra, mas muitos que estão à frente na primeira onda refreiam suas montarias ao ver que a história que eles conheciam somente de ouvir dos antigos anciões está materializada ali. Os Dez, a Legião de Targal. A Legião de Targal, conhecida como os Dez, é composta das piores bestas que o inferno já pode conceber: a Aswang Mira, o Djinn Heibak, Hel, a guerreira guardiã do reino dos mortos e seu cão Garmr, o casal Astrazel e Goliael, a Succubus e o Inccubus do inferno, a Ghoul Lazak, um Raiju, um leão cujo corpo é formado por relâmpagos, uma Banshee e Apep, uma serpente cuja lenda diz que ela e o Deus Rá travaram batalhas épicas no passado mitológico egípcio. Os Dez não precisam ser incitados por Alaran para o combate, pois sua sede de sangue e sanha assassina já o fazem por ele. Comandados por Hel, a guerreira de armadura nórdica, os Dez é quem partem em direção ao exército de vampiros agora, a fim de deflagrar pela segunda vez na história de Aziria a chamada Batalha dos Condenados. A história é conhecida pelos vampiros de Grainol pelos velhos manuscritos e por dois velhos anciões que viviam à época mas não participaram da contenda, pois ninguém sobreviveu a primeira. O choque de forças entre os Dez e a primeira onda de vampiros não dura mais que cinco minutos. O horror e o medo se alastram pelas demais fileiras ante a visão do ataque dos Dez, mas os vampiros que ficaram para trás compondo a segunda, terceira e quarta ondas de ataque antes dos mestres vampiros comandados por Aviran já esperavam por isso e mandaram os mais fracos e jovens a fim de testar o poder do adversários. Agora eles descobriram que nada do que lhes foi relatado fazia realmente jus a verdade. A Legião de Targal será invencível para eles como foi para seus ancestrais, mesmo tendo eles lutado naquela vez ao lado de magos e lupinos. Um dos mestres se dirige a Aviran.
Com a segunda, terceira e quarta ondas avançando, o grupo de mestres tem a oportunidade de circundar a contenda e se aproximar do Seyan, que já aguardava por uma tática como esta. Ele já sabia que precisaria enfrentar alguns dos grandes antes que os Dez dessem cabo do exército e viessem não em seu auxilio, mas sim no rastro do combate que ainda se desenrola por conta de sua natureza. Ele os trouxe de volta através da Necromancia, mas não tem a menor inocência em achar que os controla totalmente. Nem Rashag teve controle completo sobre eles. Antes que os cinco grandes e Aviran cheguem perto, Alaran utiliza seus poderes e com duas bolas de fogo poderosas abate os dois primeiros mestres. Restam três e o grande mestre. Os três que sobraram e Aviran se lançam num ataque coordenado sobre o Seyan a fim de evitar que ele consiga um ataque limpo contra eles, tentando acossá-lo de toda forma impedindo que ele use sua magia. Alaran entra em combate corpo a corpo com dois deles enquanto ergue uma barreira de chamas que impede a passagem do terceiro e de Aviran. No corpo a corpo mesmo sendo mais jovem ele sempre foi mais hábil do que os mestres e quando Lontak e Aviran conseguem transpor a barreira ele está terminando de decapitar o segundo dos mestres. Ato continuo ele sequer espera a aproximação dos dois. De seus dedos brotam relâmpagos que atingem Lontak e o queimam até a morte.
Alaran não entende o que está havendo, mas percebe que vai perder o pouco controle que tem sobre os Dez se não fizer algo, porém sua magia é aparada pelo Djinn que se interpõe entre ela e Aviran segundos antes de seu salto para a morte. Aparando o corpo do vampiro com sua espada, Hel volta-se para Mira, a Aswang, que recita apenas três palavras de poder. O corpo do vampiro estremece e um fogo começa a consumi-lo. As chamas tomam conta abrindo um portal por poucos segundos, mas o suficiente para que de dentro delas saia o esqueleto vivo coberto pelo velho manto do Lich Necromante Rashag.
Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 30/06/2016
Alterado em 23/01/2021 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |