Obsessão.

Obsessão.

Tem dia que não é para o sujeito levantar da cama, que dirá sair de casa. Talvez hoje seja um destes dias. O grande detalhe é saber se em caso de azar, de quem é o azar. Estou espreitando-a há algum tempo. Observo-a diuturnamente, sempre até a hora em que me interrompem. Já estou acostumado e farto disso também, mas um dia eu dou um jeito nesta situação. Como todo santo dia e dia santo também, ela levanta de manhã, retira sua camisola ou baby doll, que aliás eu gosto muito mais, pois deixa suas curvas voluptuosas mais deliciosas ainda, e vai para o chuveiro. Ali eu me delicio. Debaixo do chuveiro lavando todas as partes e recônditos de seu corpo eu sinto algo entre minhas pernas que me faz tremer e latejar. Levo a mão até lá a fim de aliviar a tensão, mas já sei a esta altura de minha idade que só alguns movimentos farão aliviá-la. E nesta perdição de pensamentos a criatura sai do banho e nem me dou conta. De volta ao quarto ela veste sua roupa para trabalhar. Primeiro a calcinha. Fio dental. Ah ela adora e eu também. Depois um sutiã que valoriza seus seios. Grandes e fartos sem serem desproporcionais. Depois uma saia longa e uma blusa básica. Pronto. Prontinha para trabalhar. E eu doido para acabar com esta festa. Entrar arrebentando. E depois entrar arrebentando nela. Viva ou morta? Ah não importa. Continuo na espreita até ela sair. Hoje eu acabo com isso, vou atrás dela. Hoje eu acabo com ela. Do jeitinho que ela quer e merece. Quando tomo a decisão, acontece de novo. Droga. A frase de sempre. Acabou a brincadeira, garotão, está na hora. É, por hoje pode até ter acabado, mas eu vou tentar de novo. Hoje o azar foi meu. Logo, logo o azar será dela. Um dia eu vou conseguir terminar a missão. Olho de volta para meu ponto de observação e vejo-a sumir conforme a luz vai esmaecendo. Ah, quando eu voltar ligo tudo de novo e recomeço de onde parei.

Léo Rodrigues

Enviado por Léo Rodrigues em 22/11/2013
Alterado em 22/11/2013

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