A devoradora de gente - O Confronto.
A noite é o ambiente perfeito para as criaturas nefastas. Neste ambiente muitas coisas acontecem e os seres humanos normais sequer têm a noção do que pode realmente acontecer quando algum deles sai para caçar. Enquanto não viram “jantar” é difícil imaginar que seres como vampiros, lobisomens, aswangs, ghouls, entre outros, possam sair de sua imaginação e estar presentes na realidade. Infelizmente para os incautos que se tornam suas presas isto é a mais pura realidade. Mas assim como existem os seres nefastos, os caçadores também existem... Um grupo de rapazes retorna da balada sem se dar conta que são observados. Os cinco jovens exalam um aroma interessante, uma mistura deliciosa concebida pela bebida alcoólica ingerida a noite toda e seu sangue. O vento espalha o cheiro pelo ar tornando-os convidativos a um ataque, mas a besta sabe que não pode se refestelar com todos. Há muito perigo envolvendo suas ações e o risco aumenta a cada dia. Em um dado ponto os jovens se separam e um se destaca do grupo sozinho. É ele, ele se tornará a presa desta noite. Agora tudo tem que ser meticulosamente calculado para que nada saia errado. Rafael caminha doido para chegar em casa. O sono já começa a dominá-lo e a tontura e a visão embaçada provocados pelo excesso de bebida começam a prejudicar seu caminhar. O efeito da bebida é tamanho que ele pensa ter visto um vulto passar por cima de sua cabeça e ao voltar sua atenção para o caminho a frente uma bela mulher vem em sua direção. Para sorte do rapaz as ações acontecem rapidamente. Três virotes de besta cravam-se no caminho à frente da mulher que salta para trás e se coloca em posição de ataque. Um homem literalmente cai a sua frente e ela o reconhece... - Richter. - Olá Noelle. Creio que esta noite você não fará mais nenhuma vítima. - Vítima? Como assim? Atrás deles o rapaz, ao passar por uma hillux, é agarrado por alguém e puxado para dentro do carro. A mulher se sobressalta e Richter ao se virar e ver o que houve pragueja uma maldição. - Parabéns Richter, você acabou de me atrapalhar. - Nem tanto. Rapidamente ele dá um tiro no pneu do carro a fim de pará-lo. O carro acaba capotando por conta da velocidade. - Fique aqui Noelle. O caçador quase heptacentenário corre na direção do carro capotado. Noelle o acompanha ignorando sua ordem. Aproximando-se dele a porta que se encontra para cima praticamente explode como um vulcão para o alto e algo muito ágil voa para fora do carro ao mesmo tempo. O ser bate no chão e inicia uma corrida para longe dali. - Fique aqui e ajude o rapaz, eu vou atrás dela. Afinal de contas você não conseguirá nos acompanhar. Richter não responde nada e vai retirar o rapaz de dentro do carro enquanto Noelle parte velozmente atrás da criatura que é realmente bastante veloz para um homem comum, mas não para Noelle. Ela vive há muito tempo nesta terra, tempo suficiente para ter adquirido agilidade, força e experiência capazes de torná-la uma habilidosa perseguidora. A perseguição se mantém acirrada e Noelle custa a se aproximar da outra criatura. É quando ela percebe um vulto que corre e salta por cima dos prédios. Richter. Impossível. Como pode um humano fazer isto? Antes que ela possa externar sua muda pergunta um artefato parecido com duas boleadeiras são atiradas de uma estranha arma na mão do caçador e atinge uma as pernas da criatura jogando-a ao chão e a outra seu dorso prendendo um de seus braços. Richter e Noelle chegam juntos à presa. - Como pode um humano correr e saltar assim? - Um legado interessante para quem precisa conter seres como você. Vamos ver do que se trata. Richter e Noelle chegam mais perto cautelosamente da criatura que tenta se desvencilhar das amarras, mas não consegue. Eles percebem que se trata de uma... - Isabel? - Noelle. - Não vou fazer a pergunta típica, mas quero entender Noelle. E você, pare de tentar se soltar, não irá conseguir, nem Noelle conseguiria. Esta arma foi preparada para pegá-la. - Me pegar? - Claro. Você era a principal suspeita de tudo. - Vocês dois são idiotas mesmo. – ela debocha. Eu os queria aqui mesmo. De fato a sua volta começa a se fechar um cerco de criaturas, entre elas os rapazes que caminhavam juntos à exceção do que estava na hillux. - O que pretende com isso Isabel? – pergunta Noelle tomando posição para o confronto. - Eliminar de uma só vez o mais antigo Ghoul da face da terra, ingerindo-a e conquistando todos os seus poderes e habilidades e o mesmo com o maior caçador ainda vivo, Andreas Richter. - Ainda consegue lutar Noelle? - Acha que os anos vivendo como se fosse uma humana normal me amoleceram Richter? Dizendo isto Noelle avança para o meio círculo à frente deles enquanto Richter parte para o da retaguarda. A mulher Ghoul projeta suas garras e inicia um ataque feroz. Entre as doze criaturas ali estão cinco Ghouls, provavelmente nascidos de Isabel, três lobisomens que assumem rapidamente sua forma e quatro Inccubus. A divisão se faz com dois lobisomens e os quatro Inccubus para Richter. O negócio não está muito bom para o lado do caçador. Andreas Richter treinou muito enquanto esteve com Furio Archetti, a lenda, e aprendeu muita coisa. Rapidamente a fim de deter os Inccubus ele lança bolas de água benta em sua direção e saca suas espadas, camufladas em seu sobretudo. Os dois lobisomens crescem em cima dele, mas ele não se amedronta e os enfrenta de igual para igual, ou quase. A primeira fera que se lança recebe uma estocada em seu flanco esquerdo que dilacera uma de suas costelas. A força de Richter é sobre humana. A fim de tirar logo o lobisomem do combate ele arranca sua espada lateralmente acabando de rasgar-lhe o flanco. O bicho já cai praticamente fora de combate, mas a outra fera é mais esperta. Deve ser mais velha, pensa o caçador. Ela não avança de qualquer maneira, ela o estuda e inicia o ataque com golpes precisos. Richter percebe sua tática. O lobisomem está forçando seu recuo para a parede dos prédios, mas ele nada pode fazer, pois a fera consegue se esquivar de seus golpes mais facilmente do que o outro. Como água mole em pedra, os ataques da fera acabam surtindo efeito e atingem o ombro de Richter arrancando sua proteção causando um rasgo em seu ombro. O bicho urra de felicidade, pois acredita que agora é questão de tempo para destruir o caçador enquanto ele não solta um grito de dor sequer. Richter se recompõe e continua a contenda, a fera entra de novo na mesma forma de ataque tentando lograr êxito mais uma vez. O ombro de Richter sangra vertiginosamente, mas ele não se abala. E mais uma vez a fera entra com um golpe certeiro. Desta vez no outro ombro, a fim de tirá-lo de vez do combate, causando estrago como no primeiro. E aí no último instante a fera percebeu seu erro. Ela subestimou Andreas Richter. Ao entrar na ânsia do golpe ela não percebeu que Richter mudou sua posição rapidamente e colocou sua espada numa posição que o ataque somado ao peso do bicho fariam o trabalho para ele. A fera se enterrou sozinha na espada do caçador e sem um estertor de dor sequer parou de se mexer sendo abraçada pela morte rapidamente. Os Inccubus, recobrados, mas amedrontados pela ação do caçador fogem do combate deixando Isabel largada no chão ainda tentando se soltar e a mercê do caçador. Noelle também caminha na direção de Isabel. Ele percebe que da mão direita da “jovem” não há nem sinal. Ela percebe seu olhar e lhe responde: - Vai sarar. - Eu sei disso. - Como conseguiu correr e saltar daquela maneira afinal? - Sarator. - Tinha que ser. - Muito bem Isabel, vamos bater um papo? - Não vou lhes contar nada. - Talvez para nós não, mas para um amigo seu. Kabai. – grita Richter. Um vampiro japonês cai no chão em frente de Isabel. - Como vai Isabel. Eu estava à espera do resultado de tudo aqui. Então vai nos contar o que Richter, Noelle e eu queremos saber? - Não. – diz o Ghoul, sem muita convicção. - É toda sua então, Kabai.
- それは私よりあなたを傷つけるでしょう, Isabel San.
- O que ele disse?- Que isso vai doer mais em você do que nele, Isabel San. Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 07/09/2012
Alterado em 09/09/2012 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |