Lobisomens!!!
<span style="font-size:12.0pt;Times New Roman" ,"serif""="">Um lobisomem naturalmente é um predador muito perigoso, o que dizer então de uma matilha? Como predadores naturais dos vampiros e sabendo que um grupo caçaria melhor que um sozinho, Nöel D´Brier vem, ao longo do tempo, tentando formar a matilha perfeita na caça de seu maior inimigo: Antoine Charrier. Durante toda sua vida, seus encontros foram sangrentos, mas nunca fatais, o que sempre impediu que ambos construíssem um exército. Além disso, um predador comum também contribuiu não só para impedir tal objetivo como também os fez fugir para a América, mais precisamente o Brasil. - Nöel, Nöel, uma tragédia aconteceu. - Calma Alícia, calma. Nada de drama. O que houve? - Um grupo de vampiros matou o Leonardo na Abolição. - Como? Ele estava sozinho? - Bem... - O que você está me escondendo, Alicia? Eu dei ordem para ninguém sair atrás dos vampiros sozinho. - Ele não quis saber. Ele disse que iria encontrar Antoine e matá-lo. - Garoto louco. Eu que vivo nesta terra desde muito antes do nascimento de vocês ainda não consegui esta façanha. Porque ele achou que conseguiria? - Não sei Nöel. O que faremos? - Vocês não vão fazer nada, eu vou. - Mas... - Alicia, o nosso inimigo não é bobo. Ele tem quase a minha idade, se não tiver mais. Tudo que ele faz é bem planejado, por isso eu lhes ordenei para não ir atrás deles. - E o que você fará agora? - Vou até uma conhecida em comum. ********************* A casa não é muito grande, mas também não é ruim. Uma acomodação agradável para alguém que se acostumou a uma vida nômade por conta de sua natureza. O lobisomem francês, Nöel, bate a porta. Uma jovem de pouco mais de quinze anos abre. - Pois não? - Marie Delacour está? - Marie? Aqui não mora nenhuma... - Joana, deixe-o entrar. - Sim senhora. Nöel entra na casa e sem cerimônias se acomoda numa poltrona. Uma mulher entra na sala. Branca, cabelos negros compridos até a cintura, olhos verdes cor de Jade, lábios finos porém apetitosos e chamativos pintados num vermelho vivo, sem se tornar vulgar. - Pode deixa Joana. Eu atendo o senhor. Vá para seu quarto. - Sim senhora. A jovem sai da sala e os dois se olham por algum tempo em silencio. - Não pensei que voltaria a me procurar. - Nem eu. Joana? - Minha filha. - Com o demônio? - Não sou adoradora de demônios. Nem todas somos. Nossa arte é sempre relacionado ao mal. Uma pena. - Você não respondeu. - Joana é minha filha sim. Concebida num acaso da obra de Deus. Ela não sabe o que eu fui. - Foi? Não é mais? - Não mais, Nöel. Eu cansei deste fardo, desta vida, de tudo. Eu era caçada e não quero mais isto. - Eu nunca fui caçado não é? Só você foi. - O que quer de mim? Veio relembrar o passado? - Antoine. - Antoine? – ela estremece. O que tem ele? - Sabia que ele está no Brasil? - Não, não sabia. - Está e eu preciso de sua ajuda. - Eu não posso, não contra ele. - Sua magia ainda funciona em mim? - Sempre funcionará. O que você quer? Se ele descobrir sobre mim você sabe que ele me matará. - Não matará. Você sempre foi bastante poderosa para ele. E pelo que sei, vocês ficam mais poderosas com o tempo assim como nós. Eu vou atrás dele e preciso de sua ajuda. Preciso de duas coisas. De sua magia em mim para enfrentar o bando dele. - Sozinho? - Sim, sozinho, como eu já o fiz no passado. - Mas no passado você não o matou. - É por isso que preciso do segundo favor. - Qual? - Preciso que você localize um velho conhecido e diga-lhe para terminar o que eu vou começar. - Richter? - Sim. Eu não vejo saída a não ser contar com o velho caçador Andreas Richter. *********************** - Que bebida é esta Nöel? - Algo que irá nos ajudar a destruir o máximo possível de vampiros. - Tem certeza? - Eu ainda estava na França quando tomei esta poção pela primeira, única e última vez. Éramos em doze lobisomens, menos do somos agora. A horda vampírica tinha aproximadamente cento e vinte vampiros. - Dez para um. - Sim. Ao final da batalha sobramos apenas Antoine e eu. O líder de minha matilha pereceu sob sua fúria. Enquanto o ancião deles, o criador de Antoine e dos demais, fugiu. - Covarde. - Sim, mas eu o encontrei vinte anos depois antes de vir para o Brasil. Ele era poderoso, mas eu consegui acabar com ele. Prestem atenção no que vou dizer. Se acontecer novamente o mesmo desfecho, o lobo que ficar vivo deve envidar esforços para impedir os vampiros até o fim de sua existência. Este legado maldito que nos acompanha tem que ser usado para algo bom. - O que quer dizer, Nöel? - Lobisomens e vampiros são iguais, são assassinos. Inimigos com um ponto comum. Os humanos fazem parte de sua cadeia alimentar. - Mas nós não. - Já se perguntaram porque não se lembram do que acontece em toda primeira noite de lua cheia? Pois é, é a única noite em que vocês não possuem controle sobre suas ações e vocês só não se entregaram a fúria devastadora porque eu os prendo aqui. Senão, muita coisa seria diferente. Lembrem-se disso. Agora vamos, não temos mais tempo a perder. Tomando a forma de lobisomens os quinze componentes da matilha iniciam uma corrida em direção ao covil dos vampiros. O grupo não leva muito tempo até a chegada à fábrica abandonada. O comitê de recepção formado por dez vampiros é facilmente subjugado, ou em outras palavras mortos. Entrar num covil de vampiros é uma ação temerária, mas Nöel D´Brier já fez isto no passado e sabe exatamente como tudo irá se desenrolar lá dentro. - Ora ora, se não é o meu velho amigo, Nöel. - Antoine. - Pela segunda vez você entra em meu covil. Acha que desta vez o destino será idêntico? - Não sei Antoine, mas eu acho que o final não será o mesmo. - É, não será mesmo. Desta vez você vai morrer. - Está certo disso? - Que tal duzentos e vinte e dois vampiros? - Uma média de quatorze para um? Um pouco maior que da última vez, mas ainda assim não é tanto para nós. - Conseguiu ajuda da bruxa de novo? - Pague para ver. A um sinal de Nöel a matilha se lança ao ataque. Como no passado a batalha se desenrola mais uma vez sangrenta. Antoine se mantém a distância do embate, como fizera seu mestre no passado. Ele se lembra bem de como a matilha do jovem Nöel rechaçou seus irmãos. Ele sabe do poder e força que Nöel já possuía naquela época e imagina o quanto ele é grande agora. Se arriscar nunca fez parte de sua conduta, não depois de ter sobrevivido numa batalha em que sua sina seria diferente, não fosse a bruxa Marie Delacour ter lhe dado também uma poção que o ajudasse. Antoine sobreviveu graças a habilidade de Marie. A jovem bruxa Marie, sabendo que se François, o líder da matilha de Nöel, descobrisse o que ela fez a mataria resolveu fugir da França. Fato que a trouxe finalmente ao Brasil. Seguindo pistas e mais pistas, Antoine também chegou ao Brasil atrás da bruxa. Ele descobriu que após ela lhe dar uma poção, ela fez o mesmo pelos lobisomens, o que acabou causando o extermínio de seus irmãos. Nöel, perseguindo Antoine acabou encontrando Marie primeiro que o vampiro. E para azar tanto do lobo quanto do vampiro, um amigo da jovem bruxa que devia tê-la queimado em Marselha não fosse pela paixão arrebatadora, também a procurou todos estes anos. E achou. Devido a poção os lobisomens levam extrema vantagem sobre os vampiros. Vendo que sua prole está sendo dizimada, Antoine resolve entrar na batalha, fazendo com que a coisa engrosse pro lado dos lupinos. Em poucos minutos a matilha já está reduzida a três, Alícia, Hugo e Nöel. Do lado dos vampiros, apenas dois se mantém de pé ainda, a jovem Rosana, que Antoine fez de esposa dando-lhe de beber de seu próprio sangue, fortalecendo-a de maneira a quase igualar sua habilidade e o próprio Antoine. - Parece que a história se repete, Nöel. - Você acha, Antoine? - Ora, dois vampiros e três lobisomens. Digamos que em mais algumas rodadas só os mais fortes permanecerão vivos. A diferença é que desta vez há sangue ancião em mais de um vampiro. - Há uma coisa que você não está levando em conta, até por não saber, Antoine. - É? E do que você estaria falando? - De mim, mon ami.(1) - Richter? – reconhece, sobressaltado, o vampiro francês. - Oui, le temps de mourir, des monstres!!! (2) (1) meu amigo (2) Sim, hora de morrer, monstros!!! O Caçador Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 20/05/2011
Alterado em 02/04/2012 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |