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                Mais um dia. Logicamente diferente. Bastante por sinal. Já há uma maior interação entre nós, alunos. Tentei manter meu estilo. Só durou três dias. O motivo? O meu amigo que quer ser educador trabalhou minha consciência. Se isso é ser educador, ele está no caminho certo. E eu? Ainda não sei exatamente o que quero. Agora por outro motivo. O leque de possibilidades que se abriram. Essas dúvidas surgiram com as informações adquiridas. Principalmente com meus colegas. Cada um do grupo que formamos tem uma história de vida distinta e muitos sonhos. Assim como eu. Agora! Um dos colegas, uma menina, quer desistir. Boba. Perder a chance de obter uma gama, olha só o que já estou dizendo, uma gama enorme de conhecimento. Digo que ela é boba. Levo uma bronca. O que eu fiz? Só disse o que penso. Escuto que para viver bem com as pessoas não se deve sempre dizer o que vem a cabeça. Difícil conviver com pessoas mais velhas. Sou o mais novo. Meu pai disse para eu prestar atenção nestes colegas mais velhos. São maduros. Será que sou imaturo? Se não sei o que quero exatamente, talvez seja. E a menina? Desistiu? Não. Dois colegas conseguiram convence-la a ficar. Ainda bem. Desistir antes de lutar? Eu nunca faria isso. Não perguntei seus motivos. Não consegue acompanhar o ritmo de raciocínio dos professores. Estranho. Eu consigo. Será que sou melhor que ela? Não sei. Talvez. Digo a ela que cada um tem uma capacidade de assimilação diferente do outro. Nem acredito que sou eu a dizer isto. Meu pai chamou isso de “Efeito Faculdade”. Começo a acreditar que estou no caminho certo. Quem sabe? São tantas perguntas sem resposta. Como chegar a uma conclusão? Agora é a menina que me ajuda. Do auge de sua experiência de vida, ela me diz que tudo tem seu tempo. Acredito nela e começo a crer que minhas respostas virão logo. O futuro educador complementa dizendo que a universidade abre a nossa visão. De que maneira? Sabedoria. Sabedoria? Como vou saber que já a possuo? Não vou saber. Vou sentir. Isso é uma das coisas que a universidade faz conosco. Ver a vida de outra maneira. Sentir que o conteúdo de nossas palavras podem ajudar a mudar não só nossa vida mas também a de quem está ao nosso redor. Peraí. Eu já senti isso. Quando dei o conselho a minha amiga. Sinto prazer pelo que fiz. Será que isso é bom? Já começo a me sentir mais à vontade para debater com os professores. Sou elogiado. Olho para o lado e noto uma jovem me olhando. Linda. Ela sorri. Me empolgo e falo mais. O professor percebe. Me instiga com uma pergunta. Respondo de forma brilhante, segundo ele. Meu amigo diz que estou ficando bom. Olho para ela de novo. Sorri novamente. Sinto em seu sorriso e no elogio de meu amigo uma estranha força. Algo que me faz pensar. Minha primeira resposta. Sim, estou no caminho certo. A mudança em meu comportamento parece começar a ficar evidente. Para os outros, não tanto para mim. Não consigo perceber com tanta nitidez estas mudanças. O interesse em aprender aumenta. Em fazer gracinha diminui. Troco telefone e ganho um beijo. No rosto. Não me chateio. Em outros tempos iria querer na boca. Coisa de “aborrecente”. Acho que encontrei o caminho mais importante. A estrada para a maturidade.
Léo Rodrigues
Enviado por Léo Rodrigues em 19/11/2006
Alterado em 13/03/2008


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