Magos & Bárbaros - Dungeons & Dragons Old Chronicles

O inferno de chamas explode e se expande rapidamente pela floresta ao redor do grupo de exploradores.

“Protejam-se.”

“Não se preocupem. Se ele quisesse nos matar, já teria feito.”

“Como pode dizer isso, Rorvak?”

“Ele nos cercou apenas.”

“Você deveria fazer alguma coisa.”

“Calma, meu amigo bárbaro. Neste grupo eu penso. E você apenas bate.”

“Ah, eu ainda vou esquecer que fiz uma promessa e vou passar minha espada no teu pescoço.”

“E jogar sua honra fora? Duvido. Vamos esperar e ver qual é o jogo de nosso anfitrião.”

De fato, um velho magro, vestido com um robe vermelho, se aproxima da orla do fogo.

“O que querem aqui?”

“Procuramos…” — Handar, o bárbaro, começa a falar, mas é interrompido pelo gesto do mago de robe vermelho.

“Só falo com seres de inteligência superior. E este, bárbaro, não é seu caso.”

O bárbaro lança a mão às costas, mas é interrompido por Irala, a ranger.

“Ainda não. Deixe Rorvak cuidar disso.” — sussurra ela em seu ouvido.

“Então, eu perguntei o que querem aqui.”

“Eu ouvi da primeira vez. E ouvi quando você interrompeu meu amigo com tamanha grosseria.”

“Este é meu domínio. Vocês o invadiram. Eu não tenho que ser cortês com ninguém.”

“Ah, mas devia.”

“E por quê? Não me faça rir, velho mago. Para não ter usado nenhum de seus poderes, se é que você os tem, deve ser porque ficou com medo ao ver o tamanho de minha força. Acha que seria capaz de me combater? Creio que não.”

“Você tem razão. Eu realmente não seria páreo para ti. Contudo” — diz Rorvak, dando um leve passo à frente, fazendo com que o mago de robe vermelho entre em seu alcance — “eu diria que agora até meu amigo de pouca inteligência seria capaz de enfrentá-lo.”

O mago percebe tarde demais a manobra e, quando se dá conta, seu escudo místico não o envolve mais e uma two-handed sword vem girando em sua direção. Sua cabeça vai ao solo com um baque surdo.

“Eu posso não ser inteligente o suficiente para incinerar alguém com magia, Rorvak, mas ainda sou muito bom em arremessar minha espada e decapitar alguém.”

“Sim. Como um verdadeiro bárbaro. E somente isso.”

“Mas será possível, André? Que diabos, você tem sempre que esculachar meu guerreiro bárbaro?”

“A melhor parte é que teu bárbaro é tão inteligente que, para ele perceber minha ironia, teria que tirar vinte no d20.”

“Mas eu percebo.”

“Mas não pode agir diferente, não é, Ricardo?” — ri André.

“Galera, relaxa. É só um jogo. E essa velha rixa entre magos e guerreiros não começou, muito menos vai terminar conosco.” — diz Gilberto, o Game Master.

“É isso mesmo. Mesma hora semana que vem, Gil?” — pergunta Karina, a ranger.

“Sim, mesma hora semana que vem.”

“Beleza então. Vamos cantar pra subir. Quer carona, Karina?” — pergunta Ricardo.

“Quero. Preciso buscar meu filho na casa da minha mãe.”

“Te deixo lá. É caminho para pegar a Leila e o Carlinhos.”

“Carlinhos? Ele já não está nas forças armadas?”

“Está, mas você acha que filho cresce pra gente?”

“Ele tem razão, Karina. Meu filho acaba de passar em engenharia química e, para mim, é como se ele ainda estivesse na escola brincando com aquele joguinho de pequeno químico.” — diz André.

“Pois é. O que será que eles diriam se descobrissem que nossas reuniões são para jogar RPG?”

“Que vocês voltaram a ser crianças.” — diz o filho de Gilberto entrando na sala, e solta uma risada.

“Gil, dá um jeito neste teu filho, senão eu, como madrinha, dou.”

“Relaxa, madrinha. Eu nem contei pros outros sobre a reunião de vocês. É um segredo nosso. Aliás, segredo entre aspas. Já transcrevi a aventura de hoje de vocês, vou finalizar os desenhos e postar na página.”

“Opa, isso é bom. Melhor acelerar para ser um dos primeiros a comentar que mago é melhor que guerreiro.”

“Pronto. Lá vamos nós de novo.”

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