Portal do Inferno - Missão Mônaco

Monte Carlo. Principado de Mônaco. Nosso bom e velho Anderson Ramos não seria conhecido pela alcunha de Implacável se ele não se esforçasse em fazer jus a esta fama. E junto a isto, se antes não havia motivos para chamar o setor máximo de inteligência brasileiro de Portal do Inferno, agora ele também ajuda a difundir motivos para tal nomenclatura.

As coisas no cassino caminham tranquilas como num dia normal de trabalho. Algumas pessoas jogam e ganham, outras jogam e perdem, algumas só observam e tem aqueles que estão observando também, porém de olhos em cima daqueles que ganham muito. Afinal de contas, ninguém pode sair de um cassino quebrando a banca. Só que Anderson Ramos não é ninguém e parece que esta noite ele está com sorte, muita sorte.

A mesa três de vinte e um está a mais badalada da noite. Além de Anderson Ramos, mais sete pessoas estão na mesa: uma bela morena belga chamada Nikki Karel, um empresário japonês chamado Toshio Yazaki, um monagesco chamado Armand, Omar, um árabe dono de poços de petróleo e três outras pessoas que não fizeram questão de se apresentar, um americano, um brasileiro e um russo.

Oito pessoas compondo a mesa de jogo e um deles apenas parece estar com sorte. Anderson Ramos vai acertando mão após mão em que arrisca sua sorte. Para sorte dos demais ele está detonando a banca, o que claramente chama a atenção daqueles observadores.

Não tarda muito e três homens se aproximam da mesa de jogo. Observando o brasileiro e os demais jogadores, eles percebem que apenas Ramos detona a banca. Cada vez que o jogo parece propício à vitória da banca, os outros sete não se arriscam, mas Anderson Ramos arrisca e vence.

O chefe da segurança se dirige a Ramos.

“O senhor parece com sorte, esta noite.”

“A sorte acompanha os audazes.”

“O senhor se importaria em me acompanhar? O senhor Guilhermo ficaria encantado em conhecê-lo.”

“Mas eu não ficaria. Eu estou ganhando e enquanto estiver assim vou continuar. Diga a ele que nos falamos depois.”

“Acho melhor o senhor vir conosco.”

Um dos três encosta em Ramos e lhe pressiona o cano de sua pistola.

“Você tem duas opções: ou tira esta arma daí e fica vivo ou não tira e vai morrer com um tiro dela.”

“Como eu disse antes, o senhor Guilhermo gostaria de conhecê-lo e ele não aceita um não como resposta.”

“Vou repetir. Ou o teu capacho aqui tira a arma daí ou vai morrer com um tiro dela.”

“Jean, recolha a arma. O senhor vai nos acompanhar?”

“Vou sim.”

“Ótimo.”

Anderson Ramos abandona a mesa de jogo e acompanha os três homens. Tudo exatamente como ele queria.

Chegando ao escritório de Guilhermo Fuentes, o chefe da segurança toma a palavra.

“Senhor Guilhermo, aqui está o camarada da mesa três.”

“Então o senhor estava quebrando a banca da mesa três?”

“É isso aí. Algum problema nisso?”

“Você vem ao meu cassino, joga e ganha todas e pergunta se há algum problema? Nenhum. Levando em conta que eu queria saber como você estava fazendo para roubar.”

“Roubar? O dono do cassino é você e não eu. Quem libera bolas batizadas na roleta, baralho marcado no vinte e um e chips nos caça-níqueis não sou eu. E quem dá suporte à Noire Armada.”

“Você sabe muito. Jean, mate-o.”

“Com prazer chefe.”

“Acho que não.”

Jean puxa sua pistola. Anderson Ramos segura seu pulso, torce rapidamente para quebrar, toma-lhe a arma e atira em sua testa com a mesma.

“Tudo sob controle lá embaixo, Bukarov?”

“Sim, Nikki e Lucas já estão em posição.”

Uma explosão ecoa.

“Só falta o Max.”

A luz apaga e logo se acende por conta dos geradores.

“É o seguinte Fuentes, fala para a tua segurança pedir que as pessoas se retirem. Nós temos muito que conversar.”

“Eu não vou fazer isso.”

“O de sempre né? Tá bem. Vou te contar uma coisinha simples. Você ouviu uma explosão e depois houve um blecaute, certo? Pois é, neste pequeno tempo de blecaute, um amigo meu se apossou de uma chave. Sabe que chave é esta? Do cofre número dois do teu cassino.”

“Não preciso. É do Armand.”

“Exatamente. O monagesco que jogava comigo. Aliás, o homem forte da Noire Armada.”

“O que você quer saber?”

“Tudo sobre a Noire Armada.”

“Depois você me mata, correto?”

“Não. Desde que você conte a verdade.”

Fuentes relata tudo o que sabe.

“Isso é tudo que eu sei.”

“Vai ajudar. Obrigado Fuentes. Ah, e se você tiver juízo não conta para ninguém sobre nossa conversa.”

“Portal do Inferno? Você é Anderson Ramos?”

“O próprio. Um abraço Fuentes.”

Saindo da sala, Ramos comenta com Bukarov.

“Por que não o matou?”

“Porque ele fará exatamente o que eu previ.”

“Qual você acha que acontecerá?”

“Enquanto nada acontece, vamos para a próxima fase.”

“O cofre de Armand?”

“Exatamente.”

Ramos se encontra com Lucas e Nikki.

“Não abriram?”

“Não.”

“Chama o Max.”

Pouco depois, Max analisa o cofre.

“Então, Max?”

“Tem um sistema.”

“Tem como desligar?”

“Espera um minuto.”

“Veneno?”

“Sim. Um veneno bem interessante.”

“Fique à vontade. Eu quero ver os documentos.”

Ramos liga para o Coronel Antonio.

“Coronel, missão Mônaco cumprida. Nossa próxima parada será em Berlim.”

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