Traída pelo amor 2. Vingança e perdão.

“Você não presta, Max.”

“Não Priscila. Você fez muita coisa errada. Sempre jogou a responsabilidade e a culpa nos outros. Você criou um mundinho só seu e agora vai pagar o preço.”

“Porque Max? Por quê?” Diz Priscila, já chorando.

“Eu sempre soube do que existia entre você e Jonas enquanto namorávamos. E sempre soube também que ele nunca prestou.”

“E por que você nunca falou nada?”

“Porque eu sempre te amei. Como eu nunca tive provas concretas sobre o que havia entre vocês, eu fui levando a vida.”

“E por que agora? Não me ama mais?”

“Tá na hora da revanche. Agora ele vai ver o que é bom para a tosse. Até porque ele quer te matar.”

“Como é?”

“É isso mesmo, loura. Você sabe demais. Ou você nos ajuda, ou nós te soltamos e ele te mata.” Diz Ramos entrando na sala.

“Mas ele me ama. Ele esperou nosso namoro acabar para ficar comigo, Max.”

“Ele sempre te usou, isso sim. A facilidade Priscila. Isso o incentivou. Ele largou você de novo dizendo que não consegue estar contigo sabendo que ainda me ama. Pura história. E você, que não consegue ficar sozinha, se envolveu com o idiota do Heitor.”

“Você mente. Está mentindo por ainda me amar.”

“Max sai. Eu assumo agora.”

“Não Ramos.”

“Não vou repetir, Max. Agora é comigo. Ela vai contar o que sabe.”

“Não a maltrate Ramos.”

“Max, fora. Agora!”

Max sai da sala contrariado. Ele sabe que agora, Priscila, querendo ou não, vai abrir o bico sobre tudo para Ramos.

Duas horas se passam e Ramos sai da sala. Max o interpela.

“Como ela está?”

“Bem.”

“Bem como, Ramos? Você a interrogou. Ela não tem como estar bem. Eu quero vê-la.”

“Negativo garoto. Ela precisa de cuidados. Amanhã você fala com ela.”

“Não!”

“Garoto, você não é agente. É apenas um hacker que trabalha para o P.I.. Não manda nada. Se quiser continuar no P.I. acate o que estou falando. Você sabe demais sobre muita coisa aqui. Sabe como tudo funciona. Vai querer falar com o doutor Lima?”

“Não. Ca-claro que não.”

“Então amanhã eu deixo você conversar com a Priscila, ok? Eu não sou tão mal assim garoto. Ela não está assim tão ruim, mas precisa de cuidados. Você ainda a ama não é?”

“Já amei mais Ramos. Mas confesso que não quero vê-la maltratada.”

“Então vá vê-la apenas amanhã.”

“Está bem.”

A noite de Max não é nada tranquila. Ele não consegue conciliar o sono preocupado com Priscila. Desde que chegou ao P.I. ele sabe do que Ramos é capaz para conseguir informações. Apesar de tudo, o rapaz ainda se preocupa com o bem-estar da loura.

Sem conseguir mais pregar o olho, por volta das sete da manhã, Max segue para a sede do P.I. a fim de falar com Priscila. Os trinta minutos normais de seu trajeto para o trabalho parecem uma eternidade.

Chegando à sede, Max corre, literalmente, até o quarto onde Priscila foi alojada. O segurança na porta impede sua passagem.

“Me deixa entrar.”

“Negativo. Você não tem permissão para entrar.”

“Pode deixar Alceu. Ele está autorizado a ver a nossa hóspede. Não vá se espantar com o que vai ver, viu Max?” Diz Ramos, irônico.

“Sádico!”

Max entra e toma um baque. Pelo menos positivo, aparentemente. Priscila tem o semblante tranquilo enquanto ressona no leito. Ele se aproxima e põe a mão na testa da loura. Da sua loura, apesar de tudo. Ela abre os olhos.

“Hum, Max? Meu amor.”

“Você está bem loura?”

“Estou.”

“Tem certeza?”

“Tenho Max. Meu corpo está bem, se é o que você quer saber. Mas minha mente… Jonas é sórdido, embora eu não veja muita diferença entre ele e Ramos.”

“Ramos joga pelo lado da lei, Priscila. Jonas, além de mau-caráter, é um bandido.”

“Eu sei. Mas o fim dele está próximo. Eu resolvi ajudar vocês.”

“Se você contou o que sabia, já ajudou.”

“Não é isto que ela quer dizer, garoto. Ela vai agir em campo.”

“Em campo? Está louca Priscila? Você não sabe…”

“… dos riscos? Sei sim Max, sei de todos os riscos.”

“Ela quer duas pequenas coisas, Max. Uma é Jonas morto.”

“E a outra?”

“Você de volta. Faço o que for necessário para isto. Até arriscar a minha vida.”

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