Traída pelo amor.

Boate Sunshine, Barra da Tijuca. O lugar preferido por Amanda para curtir suas baladas, e não seria diferente para comemorar seus vinte aninhos.

Priscila e Max, seus melhores amigos, são convidados, logicamente. Priscila chega à boate na companhia de seu novo namorado, Heitor. Heitor é o rapaz quase perfeito para a loura parasita e devassa. Tem dinheiro, a trata como uma princesa, mas não possui a aura que Max emana. Pelo menos, o bobo, como ela o chama, vai lhe dar um nome.

Max chega à boate sozinho, contrariando o que a própria Amanda esperava. Sua melhor amiga esperava que ele chegasse acompanhado de Sandra, uma ex-namorada sua que, por ainda amá-lo, resolveu dar uma força ao jovem na recuperação de seu estado psicológico. O que Amanda, Sandra e a própria Priscila não sabem é que Max está muito melhor do que pensam e pior, em um outro aspecto, do que qualquer um que o conheça pode ou poderia imaginar.

A festa se desenrola super animada. O DJ Fer se esforça ao máximo em manter a pista o mais badalada possível. Max consulta seu relógio a todo instante, como se estivesse esperando por algo. Amanda o interpela.

“Amorzinho, o que houve? Vai sair antes de cantar parabéns para mim?”

“Claro que não Amandinha. Eu não faria isso com você de forma alguma. Você viu a Priscila por aí?”

“Max! Esquece a Priscila. Ela está com namorado novo e não está preocupada se você ainda a ama ou não.”

“Não se preocupe, minha querida. Você sabe o que houve entre nós semana passada na casa dela.”

“É, e ela queria te matar.”

“Eu sei. Relaxe, sei o que estou fazendo.”

Max observa atentamente toda a boate e se depara com Priscila sentada a uma mesa olhando exatamente para ele. O “bobo” parece nem notar. Aproveitando que, pelo jeito, “entrou no sistema” de Priscila, Max faz um gesto característico dos tempos que eram namorados. Com o dedo em riste a frente da boca, encostando a ponta no nariz, faz com que ela entenda que ele quer lhe falar. Ele caminha na direção do banheiro. Imediatamente Priscila diz a Heitor que vai ao toalete.

Priscila chega à área dos banheiros e percebe a porta do banheiro masculino semi-aberta. Ela não pensa duas vezes e entra. Max tranca a porta atrás dela, a agarra e a beija sofregamente. Priscila mesmo magoada com o que houve em sua casa na semana anterior se deixa enredar pelo ex-namorado.

“Por que fez o que fez na minha casa, Max?”

“Esquece, esquece.” Diz Max levantando a loura e colocando-a em cima da bancada.

“Não, aqui não, Max. Por favor, eu te quero, mas não aqui.”

“Mas, e o bobo? Como faremos?”

“Eu vou arrumar uma briga com ele e vou embora com você.”

“Para não ficar feio para você. Ok, depois do parabéns eu vou te fazer um sinal para irmos embora.”

“Está bem. Me deixa ir. O bobo está me esperando.”

Priscila dá um beijo prolongado em Max e sai do banheiro masculino. Max puxa seu celular e disca para um número.

“Entrei no sistema!”

Max volta à pista de dança e Amanda vem inquiri-lo.

“O que você e Priscila estavam fazendo?”

“Nada.”

“Nem um beijo Max?”

“Tá bom Amanda. Eu dei um beijo em Priscila no banheiro. Satisfeita?”

“Você não tem vergonha? Depois de tudo que houve? Ela também é outra sem vergonha.”

“Amanda, você é minha amiga ou minha juíza?”

“Tá bom amor, desculpa. Te amo tá?”

“Também te amo.” Amanda recebe um beijo em sua testa e volta a dançar junto a Max.

Por volta das três da manhã, o DJ pára a música para que se possam cantar o parabéns para Amanda. Terminado o parabéns, Max faz um sinal para Priscila e segue para a porta de saída ligando para alguém em seu celular. Priscila mais que depressa arruma um pretexto qualquer e começa a discutir com Heitor conseguindo o que queria. Priscila dá as costas ao bobo e segue para a saída. Lá fora Max a aguarda.

“Pronto, me livrei do bobo. Onde está seu carro?”

“Está chegando.”

Não mais que dois minutos de espera são suficientes para que pare um Honda Civic preto, com todos os vidros filmados em frente à boate. Max se encaminha para a porta traseira e a abre para a loura. Priscila se espanta, mas entra. Max entra em seguida. Lá dentro Priscila se assusta com um homem já sentado no banco de trás do carro. Ela se senta entre o homem e Max, que não lhe dá chance de voltar.

“Priscila Lannes. Eu queria muito conhecê-la.”

“Quem é você? O que está havendo Max?”

“Bom trabalho Max. Começamos bem. Muito bem mesmo.”

“Quem é você? O que é isso?”

“Meu nome é Ramos, Priscila. E você vai nos ajudar. Principalmente me contando tudo que sabe.”

“Abre o bico Priscila. Tanto Ramos quanto eu sabemos que você anda envolvida com Jonas.”

“Eu não sei nada.”

“Sabe sim garota. Eu trabalho no P.I., e sei tudo a seu respeito, com quem anda e o que faz.”

“Eu tenho direito a um advogado.”

“Não tem não. E já que entrou no assunto. Tá com medo não é? Conta o que sabe e você se safa. Do contrário terá problemas sérios.”

“Por que está fazendo isto comigo, Max?”

“Para você aprender Priscila. O Max custou a aprender a não confiar em todo mundo, e agora é a sua vez.”

“Arnaldo, direto para a sede do P.I.. Nossa amiguinha terá o prazer de conhecer a sala do arauto.”

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